Fiz aqui uma postagem falando da luta de Ana Clara pela vida e dos problemas que teve de vencer para sair do Mato Grosso do Sul para São Paulo em busca de tratamento. Ela fez a correção da tretalogia de Fallot no HCor... bom, vejam o desfecho da história relatado pela própria mãe da Aninha.
"Chegamos hj de manha em Campo Grande-MS, nossa amada cidade.e...Como é bom voltar pra casa...Como é bom ver Ana Clara rosa rs... sabe... eu nunca notei q ela não era rosa, hj ela é. Quando chora fica vermelha!!!! rs... é lindo ver!
Ontem fomos dar um beijo naquela que se tornou heroina, Dra. Magaly, que pessoa é aquela? Linda, querida, simpatica, atenciosa e o principal dedicada e competente.Uma equipe fabulosa, que nos ajudou a chegar onde estamos.
Ana Clara esta sob aquele trauma ainda, rs... pós hospital, chorona...Mas ja melhorou muito.Depois volto pra deixar detalhes do que vivemos no Hcor.
Um bjo."
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quinta-feira, 18 de junho de 2009
terça-feira, 9 de junho de 2009
SER PAI
Ser pai nunca fez parte dos meus planos. Talvez, sim, dos meus desejos, aqueles mais inconscientes; tanto que gerei um menino. O certo é que João Victor veio, e hoje não imagino minha vida sem a presença dele.Traduzir essa minha inesperada conversão à paternidade é, ainda, para mim uma tarefa espinhosa na qual não me aventuro.
Na TV, vi hoje uma gravação antiga de Paulo Autran recitando um poema de Vinicius que me tirou desse imprensado. Num tom de brincadeira, que ele tão bem sabe evocar para falar de coisas sérias, o “poetinha” traduz um pouco do meu pensamento, que, acredito, deve ser o mesmo de muitos pais.
Leia a poesia.
Na TV, vi hoje uma gravação antiga de Paulo Autran recitando um poema de Vinicius que me tirou desse imprensado. Num tom de brincadeira, que ele tão bem sabe evocar para falar de coisas sérias, o “poetinha” traduz um pouco do meu pensamento, que, acredito, deve ser o mesmo de muitos pais.
Leia a poesia.
POEMA ENJOADINHO (*)
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
(*) VINICIUS DE MORAES. "Antologia Poética". São Paulo: Cia das Letras, 1992. pág. 191.
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
(*) VINICIUS DE MORAES. "Antologia Poética". São Paulo: Cia das Letras, 1992. pág. 191.
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