Fui com João Victor ao VI Congresso Brasileiro Sobre Síndrome de Down. Obviamente não deu pra assistir as palestras nem participar
das oficinas. João, como sempre, não parava quieto nem me deixava parar. Ele se
esbaldou na correria, aproveitou ao
máximo aqueles espaços amplos do Centro de Convenções. E eu, feito um tonto, feliz,
acompanhei seu pique, ao passo que dava suporte a Valéria que se inscreveu e
estava participando das oficinas e conferencias na qualidade de congressista.
Mesmo assim, ainda dei uma
espiada rápida em duas palestras. Das duas, a que mais gostei foi a proferida
por Amanda Moraes(na foto com a gente). Ela é pedagoga e portadora da Síndrome de Down. Para uma plateia que
lotava o Teatro Tabocas, ela contou a sua história de lutas e superações.
Fez-se prova viva de que, mesmo quando todas as circunstâncias são desfavoráveis,
é possível superar qualquer obstáculo que nos separa da felicidade, que lutar
pelo que acreditamos e sonhamos é, ainda, a melhor forma de viver.
Mas o melhor do Congresso não estava
nas salas, com os conferencistas. O melhor eu encontrei fora delas: as pessoas
com síndrome de Down, principalmente os adolescentes. Andavam em bandos, de
tudo faziam motivo para dar um abraço, particular ou coletivo. Encontrei Down repórter,
ator, massagista, professor de educação física, capoeirista, jardineiro etc e
todos eles conscientes da condição de ser Down e, mesmo assim, com a felicidade
estampada no rosto. Com a mesma alegria que João Victor demonstra no dia a dia.
Aproveitei para, também, trocar
palavras com alguns pais e mães de crianças com Down, formar uma teia, agora de
contatos, para, quem sabe no futuro, nos tornarmos amigos e nos apoiarmos
mutuamente.
Graças a João Victor, estou tendo
a oportunidade de entrar num mundo diferente, singular, especial. Um mundo que
eu ignorava ou fingia não perceber. Que idiota eu era.