sexta-feira, 12 de março de 2010

TEMPO, TEMPO, TEMPO: NUMAS HORAS DE MAIS, NOUTRAS, DE MENOS




Não faz muito que eu que me angustiava por meu status de desempregado. Acordar e não precisar sair de casa, sentir-se pesado aos outros deixa qualquer um triste,não dá pra ser feliz, como dizia a canção, pois a vida do homem é seu trabalho. Eu trabalhava muito em casa, mas não tinha emprego.

Agora tento me acostumar ao tempo e às responsabilidades de um trabalho “normal”, rotineiro.

A quem está estudando pra fazer concurso público achando que funcionário público não trabalha, aconselho seguir outro caminho, porque a coisa não é bem assim. Funcionário público trabalha, e não é pouco. No meu caso particular, um servidor do judiciário estadual, tenho que dá contar de muito serviço sob pressão de todos os lados. Eu e meus colegas somos pontas de lança da “cruzada modernizadora” do judiciário brasileiro encampada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça). São as famosas metas 2, 3 , 4 e muitas outras que ainda estão por vir, todas elas com o fito de eliminar o problema crônico da Justiça brasileira: a morosidade.

No jogo das metas, a pressão é verticalizada, partindo do ponto mais alto ao mais baixo da cadeia do sistema... você pode imaginar o resultado.

Mas, não renego a estratégia de adoção de metas. Creio que o melhor delas seja o fato de criar uma cultura de gestão da justiça, coisa que dantes não se pensava. Acredito que, depois de arrumada a casa, despenderemos menos energia e obteremos maiores e melhores resultados com o trabalho realizado.

Mas, até chegar lá, tem sido duro. O trabalho é pesado e estressante. As cobranças vêm de todos os lados, ao mesmo tempo, cobram respostas imediatas. Tem dias que chego em casa e não consigo fechar os olhos, eles faíscam de tanta tensão.

Minha sorte é que Deus me deu João Victor. Seu abraço, seu sorriso de boas vindas, sua alegria ao vir ao meu encontro são os melhores lenitivos ao estresse. E mesmo nos momentos de maior tensão-pressão, quando imagino que não vou dar conta, lembro da luta que vivemos e vencemos e, aí, penso : “ah! Isso é fichinha. Quem passou por onde passamos não encontra mal que não possa vencer.” Essa certeza me fortalece, todo tempo.
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