quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O PLANO DO B


Na semana passada fiz um, aliás, mais um, plano de saúde para João Victor. O outro plano não é ruim, mas não é aceito nos únicos hospitais com urgência cardiológica pediátrica do Recife – Real Português e Esperança. Também é um plano estadual, deixa sempre aquela insegurançazinha toda vez que saímos de Pernambuco.

O acontecimento que, de fato nos moveu à ação foi o desligamento de João Victor do programa filantrópico do HCor.

Como muitos de vocês já sabem, foi navegando no Orkut, mas precisamente na Comunidade Cardiopatia Congênita, que Valéria conheceu Márcia Adriana e, com ajuda dela e de outros anjos conseguimos que João Victor fosse incluído no Programa de Filantropia, o chamado Caso Social, do Hospital do Coração de São Paulo – HCor.

Ninguém, em sã consciência, ficaria feliz em perder um benefício que garante ao seu filho assistência médica num hospital privado de referência e renome internacional. Nós somos humanos e não gostamos. Mas compreendemos e consideramos justa a política de assistência social deles. Quando eu era pobre e desempregado eles abriram as portas para meu filho e por isso somos eternamente gratos. Agora que permaneço pobre mais tenho salário certo, é justo ceder a vaga para outro mais carente.

Espero nunca precisar, mas com o novo plano de saúde de João Victor, cumpridas as carências todas (2 anos), ele também poderá ser atendido no HCor.

Peço a Deus que me dê muitos anos de vida saudável para poder trabalhar e pagar esse plano e todo mais que ele precisar. A felicidade do pai é poder prover as necessidades do filho.

A contratação do plano de saúde é um capítulo a parte, que se eu fosse descrever dobraria o tamanho deste post – que por sinal está me saindo longo demais – vou apenas registrar o susto da corretora, com seu entre e sai nas salas da auditoria médica depois que eu declarei que o beneficiário, de pouco mais de 2 anos 9 meses, fez 2 cirurgias cardíacas e é portado da síndrome de Down.

Esses sustos nem me surpreende mais. A gente acaba se acostumando com esse olhar assustado dos outros sobre nós. "Narciso acha feio o que não é espelho".

No plano que ele tem desde que nasceu, quando fizemos a migração para apartamento a operadora o fez passar por perícia médica, nos "aconselhou" a desistir de sua inclusão, jogou o problema para diretoria, que protelou por quase um mês a definição sobre o caso e não demorou mais a definir-se, positivamente, acredito que por saber das nossas intenções de recorrer ao Judiciário, inclusive cobrando reparação por danos morais.

Agora, complicaram menos do que esperávamos. Paguei a primeira parcela e estou aguardando a carteirinha em casa. Acho que tudo está resolvido. Esperamos.
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