sexta-feira, 20 de março de 2009

O PEQUENO PRÍNCIPE E O GIRA-SOL


João Victor está muito gripado. O dia não foi fácil pra Valéria. Eu precisei ir ao Recife buscar uma solução para os pepinos que o plano de saúde nos criou e, para evitar transtornos maiores ou até mesmo colocar em risco a vida do nosso pequeno, estamos preparando uma ação judicial. Mas, quando cheguei em casa, meu coração partiu-se ao ver João Victor tão quietinho nos braços de Valéria. Todo amoquecado, como se diz no Nordeste. A danada da virose pegou ele de jeito.

Valéria também não estava com bom semblante. Podera, desde às 6 da manhã que ela tava naquela lide, tentando minorar a tosse e evitar o choro de João. Ela admirou-se de uma das minhas sacolas. Nela eu trousse uma muda de gira-sol que comprei no Pátio do Carmo, no Recife.

Vai cultivar? – ela perguntou. Disse que sim e que tenho predileção por essa flor porque, na minha infância, havia muitas delas no nosso quintal. Bota na mesa da sala – recomendou ela.

Coloquei o vaso na mesa e, depois de tomar banho, botei João Victor no braço. Tava ardendo em febre. Muita tosse, muito choro, uma impaciência sem tamanho. Discutimos se devíamos procurar um médico. Em Goiana nem pensar. Na gripe que ele teve antes da cirurgia, uma médica daqui passou um xarope que quase matou nosso B. Suspendi o uso depois que li a bula e vi que não era recomendado para menores de 3 anos – e João Victor nem tinha 6 meses! Depois de muita relutância minha – por á tinha dado ASS fazia pouco tempo – demos uma dose de dipirona para ele.

Passou um tempinho e Valéria levantou-se com João Victor. Foi ai que ele viu o gira-sol. Encantou-se. Sorria e se estirava para a flor.

Uma nova fábula nasceu, disse Valéria, a fábula do Pequeno Príncipe e o Gira-sol. Impressionante como o estado dele melhorou quando viu essa planta, concluiu.

É, e você que não acreditava na terapia dos florais, brinquei.

Eu não acreditava na gênética, Váléria replicou. Como é que alguém parece tanto com o pai ? -Continuou ela: até a flor predileta é a mesma. Sorrimos.

A parti de então ele ficou mais animado. A febre cedeu e a tosse ficou mais branda. Vez em quando ainda choramingava, mas aquele estado de prostração, que encontrei ao chegar, sumiu.

Agora dorme em tranqüilo enquanto escrevo esse post velando seu sono. Espero que amanhã você acorde curado, meu filho.
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