sexta-feira, 20 de março de 2009

PERDIDOS NA NOITE


O dia não foi fácil, a noite não foi melhor. Tivemos de correr com João Victor para a emergência no Recife, com direito a uma breve escala no Hospital de Goiana.

Ele acordou pouco depois de 1 hora da madrugada. Tossindo muito, chorando e ardendo em febre de quase 39 graus. Tentamos de tudo. Anti-térmico, xarope fitoterápico e inalação. Mas nada surtia efeito. Estávamos indo ao desespero, não tínhamos pra quem apelar. Onde íamos conseguir um carro àquela hora.

Valéria lembrou de Daniel , que tem um táxi e quase sempre nos leva ao Recife por um preço camarada. Mas já passava das 2 horas da madrugada. Seria incomodar demais, entretanto, liguei. Ele atendeu do outro lado, com voz de sono, mas com muita boa vontade.

Em menos de 15 minutos checou aqui em casa. Fomos primeiro ao Hospital Memorial daquei de Goiana. O plantonista, depois de ouvir um resumo da história clínica de João Victor, agiu com muita honestidade ao dizer que o máximo que podia fazer era administrar uma medicação para baixar a febre e nos recomendar procurar um pediatra, preferencialmente a de menino, logo cedo. Depois de medicado, corremos para o Recife feito quatro perdidos no meio da noite. No caminha Valéria alferiu a temperatura dele umas 3 vezes: uma gangorra, um sobe-e-desce danado, variando dos 37,2 aos 38 Cº. Naquela agonia, nem sabíamos ao certo para que hospital iríamos. Escolhi pelo livrinho do plano o pronto socorro infantil Jorge de Medeiros.

Foi nossa sorte. Fomos atendidos de pronto às 4 e 30 da manhã por uma excelente pediatra, muito experiente – Dra. Miriam Silvera, que recomendo. Ela nos tranqüilizou mostrando que, clinicamente, não havia nada que indicasse uma descompensação cardíaca , traduzindo, o coração e o sistema respiratório estavam trabalhando direitinho.

Não precisou internar. Ela percebeu que ele estava bem hidratado, pulmões limpos, vias aéreas descongestionadas. Felizmente estávamos cuidando dele corretamente, dando bastante líquido, fazendo nebulização e seringando salsep nas narinas dele.

No fim das contas, não é nada além dum resfriado pesado que noutra criança não inspiraria maiores cuidados, mas que em João Victor deve ser tratado com a máxima atenção para evitar complicações cárdio-respiratórias, entre outras mais.

Voltamos para casa às 6 horas da manhã com uma solicitação de hemograma, uma receita de anti-térmicos para o caso da febre persistir e o firme propósito de voltar ao Recife a qualquer momento se ele não melhorar no decorrer do dia. Na estrada, depois desse susto, a gente de como João Victor movimenta a vida da gente. Pelo menos, de monotonia ninguém se queixa.
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